Ecos do Vitória

Bacia
Pinheiros-Pirapora
Cidade
São Paulo/SP
Corpo d´Água Monitorado
Mazzei
Ponto Monitorado
Ponte da Rua Francisco Tomás Carbonelli -23.476288789304,-46.601252597221
Tipo
0
Faixa Etária
Adultos

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Sobre o Grupo

Célula comunitária movimenta bairro como organismo vivo ONG Ecos do Vitória cria ‘ecopontos’ em diferentes bairros da cidade para estimular comunidades locais a cuidarem elas mesmas de seu ambiente; ecos da conscientização ambiental começam a atingir o grande público pelo lançamento da revista ‘Nossa Aldeia’, como apoio do Núcleo Pró-Tietê Não foram só as más notícias, trazidas pela análise do poluído córrego Mazzei, no Tucuruvi, que tiveram efeito sobre o grupo de monitoramento da ONG Ecos do Vitória. Da parceria com o Núcleo Pró-Tietê para avaliação da água dos afluentes do Tietê, surgiu um dos projetos mais grandiosos da ONG que passa a levar educação ambiental para 11 mil pessoas da região, em cerca de 3,5 mil residências. A proposta, apoiada pelo Fundo de Pequenos Projetos do Núcleo, consiste na criação e distribuição de uma revista colorida, em papel reciclado, para os bairros da zona norte de São Paulo. A publicação ‘Nossa Aldeia’ é produzida em parceria com uma editora local e visa abertamente a formação da consciência socioambiental entre os moradores. “Falamos de temas como coleta seletiva, monitoramento do Tietê, saúde, sempre levando os leitores a criarem conexões entre seu dia-a-dia e o meio ambiente. Educação ambiental não é um conhecimento fragmentado, deve permitir às pessoas construírem ligações com a realidade, transformarem a informação em algo que faça sentido”, apresenta a fundadora da Ecos, Romilda Hadad, com a voz rouca depois de passar o dia levando a revista de porta em porta para apresentar seus temas à população do Tucuruvi. A primeira edição traz um artigo sobre como a comunidade começou a prestar atenção à questão da água (menos perceptível no dia-a-dia do que o lixo) depois das ações de monitoramento. O córrego Mazzei está cercado pela ocupação irregular e convive com os problemas recorrentes do esgoto local: mau cheiro, ratos que aparecem nas inundações, e até sofás e pneus descartados ali como num lixão. “O interessante do monitoramento é a reação dos moradores, que ficam curiosos e questionam ‘o que esses loucos estão fazendo dentro do rio?’. Há duas pessoas que tomam conta de um trecho próximo à ponte Linda, o Seu Antonio e o Seu Francisco, para quem esse interesse foi positivo. Eles contam que eram discriminados pelos moradores porque viviam próximos ao rio, e que hoje se sentem mais incluídos pois há gente de fora se interessando pelo trabalho”, afirma Elaine (sobrenome), liderança da Ecos e membro do grupo de monitoramento. Como uma célula do sistema central que envia pulsos a outras partes, a Ecos do Vitória ajuda na implantação de projetos socioambientais em diferentes bairros da capital. Foi assim com o monitoramento, indicado a cinco novos grupos da cidade que hoje fazem parte do projeto: o Cachoeira, o Planeta Verde, a ASSAMAPAB – do Parque da Água Branca, o grupo da Vila Mariana e do Jardim Peri. O conceito de ‘ecoponto’ nasceu dessa mesma visão, que vê o ponto onde estão centradas as ações de educação ambiental como o núcleo de uma célula. “O corpo é o bairro, a cidade toda é um organismo vivo, cada célula precisa resolver o caminho do descarte dos seus resíduos, da circulação da água, do sistema respiratório que passa pela qualidade do ar, da energia que envolve os alimentos... No ‘ecoponto’ do Parque Vitória, por exemplo, atuamos na coleta e encaminhamento dos resíduos sólidos, na qualidade do ar por meio do plantio de árvores, e até na parceria com a Defesa Civil para agirem em caso de enchentes e inundações, que são como um derrame que afeta a circulação...”, vai comparando a coordenadora da Ecos. A proposta já chegou a 20 localidades da capital. Jardim Bandeirantes, Jardim Santo André, Jardim Peri, Vila Edi, Vila Mariana, Jardim Cachoeira, entre outros, já contam todos com a estrutura dessa espécie de célula social. O ‘ecoponto’ do Parque Vitória está localizado na área periférica do Tucuruvi, dentro de uma antiga fazenda de propriedade italiana. Embora próximo ao centro da região metropolitana, o bairro de Tucuruvi conta com cerca de 3,5 mil residências e uma população idosa, com poucos jovens e tradições ligadas ao passado rural. Há dez anos, Romilda Hadad decidiu deixar a Lapa, onde tinha ido morar, e voltar para o bairro da infância com a convicção de que o Tucuruvi era o melhor lugar para iniciar um projeto de coleta seletiva. Partiu então para a montagem de um curso de cooperativismo na parte de trás de sua casa, “onde tudo começou e as pessoas se envolveram com a proposta de reciclagem”. No Parque do Vitória funciona hoje um galpão, conhecido como Toca do Vitória, para a disposição do lixo da coleta seletiva, separação e prensagem de alguns materiais. Mas o carro-chefe do ‘ecoponto’ permanece na educação ambiental e na formação de lideranças comunitárias, com a realização de cursos e palestras, organização de mutirões e até o recente projeto ‘Contornos da Cantareira’, para o qual a ONG conseguiu verbas voltadas à conscientização da população do entorno do Parque da Cantareira, visando a criação de reservas particulares. Com esse passo, a Ecos do Vitória confirma sua experiência na preservação do meio ambiente em mais de 42 projetos socioambientais em menos de uma década de história.

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